O tempo a partir das serpentes
Projeto exposição para a Capela do MAM - Museu de arte Moderna da Bahia. Inscrito no setorial das Artes. SECULT - Ba. 2019/20
Estudo remontagem para outros espaços
O projeto pode ser visualizado
nos links adicionados
Audiovisuais
| Vitrine com audiovisuais que serão finalizados |
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para Mais, Vitrines, vitrine O tempo à partir das serpentes.
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abadepimentel@gmail.com
Apresentação
Este projeto propõe uma exposição
para a Capela do Museu de Arte Moderna da Bahia, MAM, chamada O tempo à partir
das serpentes. Seu conteúdo versa sobre memória e cidade. Memória de dois
grandes artistas brasileiros que chegaram na casa dos 100 anos em 2016 e 2017:
a fotografa e escritora Zélia Gattai e o artista visual Mestre Didi, e de dois
artistas contemporâneos meus, que nesses mesmos anos fizeram suas passagens:
Ivana Chastinet e Lelo Souza da mata. Memória do bairro Rio Vermelho onde Zélia
Gattai morou grande parte de sua vida e onde Mestre Didi possui o monumento
urbano Cetro da Ancestralidade, dedicados na Nanã e seus filhos, entre eles
Ewá, um dos orixás de D. Zélia, irmã de arco Iris de Oxumaré, Orixá com quem parto do
Cetro da Ancestralidade para ver o Bairro 2 de Julho, famoso pela sua
diversidade, e onde habitaram a Ivana Chastinet, diretora teatral e performer e
Lelo Souza da Mata, artista visual com foco na fotografia.
Nos anos de 2016 e 2017, o Rio
Vermelho e o 2 de Julho passaram por reformas, que impactaram bastante a imagem
urbana desses bairros. A Casa do Rio
Vermelho, morada de Jorge Amado e Zélia Gattai, tornada instituição cultural
aberta ao público, um marco da arquitetura baiana, do celebre casal de
artistas, recebe minha visita reflexiva em formato audiovisual: Anarquistas
graças a Oxalá, parte do Cedro da Ancestralidade na orla do Rio Vermelho, que
tem quase a sua frente, no Largo de Santana a escultura do casal Amado,
seguindo até a casa do Rio Vermelho, revelando o bairro e a morada da
modernidade baiana, em reflexão sobre a memória centenária de Zélia Gattai, que
em 2016 fez seus 100 anos. Do mesmo Cetro da Ancestralidade, de Mestre Didi que
fez seus 100 anos em 2017, parto para o bairro 2 de Julho, que tem em um dos
seus acessos, a Esquina do Arco Íris, por sua diversidade de gênero, raça,
classes sociais. O bairro 2 de Julho possui uma deslumbrante vista da Baia de
Todos os Santos, enseada que faz a cidade possível. Bairro de intelectuais e
artistas é revisto no audiovisual intitulado, Artistas Graças a Olurun. Os dois
audiovisuais, são como parte de um mesmo filme sobre memória e cidade, compõem
um discurso sobre a importância da cosmogonia Iorubá, na construção cultural da
cidade de Salvador.
Na entrada da Nave Central da
capela, o piso como uma pintura expandida feita de luzes. Na parede direita, com
luz focal, ficará a trilogia em pintura, que dá nome a exposição; Na parede
esquerda com luz focal, textos reflexivo sobre conteúdos, conceitos e a
montagem, ficha técnica, marcas institucionais e patrocinadores.
Na nave onde antes era o altar, os
audiovisuais. O piso tem iluminação voltado para ele, e bancos escalonados de
desenho limpo e o mais confortável possível para o espaço.
Na nave colateral esquerda uma
instalação para a parte água do arco íris, As águas do céu de Nanã, traz a
memória de Ivana Chastinet, artista com quem tive uma intensa vivência na
construção de ações políticas e artísticas no bairro 2 de julho, e que
acompanhei seus últimos momentos presenciais, a virtualização de sua lembrança,
a resistência de seu legado. No fundo da nave colateral, na parede branca que
tem um nicho, um aquário é instalado, contendo uma moldura de algas, para
receber a projeção do registro da performer em Maminha, no encerramento da 3.a
Bienal da Bahia, no Largo 2 de Julho. Ivana Chastinet é emoldurada, pelo nicho
que tri dimensionará a imagem, com água. Aquarius com celulares
impermeabilizados, funcionando em corrente contínua, apenas como porta retrato
único de uma cena retirada da performance apresentada, amplia a apreensão da
obra.
Na nave colateral direita instalo
fotografias de Lelo Souza da Mata, visto no Arco Íris, feito uma pintura
expandida construída por projeção de luzes nas paredes, piso e teto, onde estas
fotografias são guardadas em caixas de acrílico, que possuem iluminação
própria. As imagens podem serem vistas dos dois lados. São sustentadas em uma
teia de cabo de aços, tencionáveis, que contém a rede elétrica encapada e presa
a esses cabos. A seleção de fotografias de Lelo Souza da Mata, é meu
reconhecimento ao trabalho do artista, com quem interagi em muitas ocasiões no
bairro 2 de Julho, território comum as nossas existência na cidade, e em
eventos do calendário cultural, que recortei do Santo Antônio, 2 de Julho e Rio
Vermelho, onde o Lelo registrou o Cortejo do dia da nossa independência, o 2 de
Julho, a Parada Gay, personagens do Bloco Rodante, no Santo Antônio, a Festa de Santa Barbara, o Enceramento
da 3.a Bienal em nosso bairro 2 de Julho e a Festa de Yemanjá no Rio Vermelho. Um pequeno céu da sua produção que conta com muito, muito mais.
O tempo a partir das serpentes busca
uma apropriação espacial da capela para falar da cidade de Salvador e suas memórias,
com um recorte de viés da contribuição Nagô, que permeia uma camada entre o
imaginário e o dia a dia, da Cidade da Bahia. Com sensibilidade fala das doídas
cirurgias que vão se processando na cidade, no tempo que ao mesmo tempo consome,
nos leva ao infinito de nossas horas.