segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Artes Visuais na III Conferência Estadual de Cultura


De 26 a 29 de Novembro desse 2009, ocorreu a III Conferência Estadual de Cultura da Bahia, em Ilhéus.

Um grupo de artistas envolvidos no projeto "Centros Culturais em Movimento, foram convidados a participar do evento. Esse projeto pretende criar em caminhões espaços culturais móveis, dotando cada um dos 26 territórios de identidades, com um centro cultural em movimento. Não foram todos os 26 artistas escolhidos pela curadoria do " le Lieu Unique", mesmos assim nos mobilizamos para realizar o melhor que podíamos para dar um pouco da cara das artes visuais baiana.

Marcaram muito cedo no dia 25, ás 6:00 da matina no Campo Grande, partimos com um pequeno atraso, e tivemos uma ida com direito a troca de ónibus ( o primeiro quebrou) e um breve engarrafamento ocasionado por um acidente que prendeu um motorista nas ferragens de seu carro. uma cena chocante, muito triste.

Chegamos por fim na pousada, no Km 10 da rodovia Ilhéus-Olivença, um pouco distante da cidade, o que nos fez dependentes da Van de transporte para nos conduzir. Isso dificultou o nosso movimento, mas fomos bem conduzidos. Depois descobrimos o serviço de transporte local e as caronas, além dos táxis rachados...

Foi disponibilizado no Centro de Convenções, onde se realizava a conferência, um bom espaço para montagens e açôes pictóricas, haviam lonas, tintas, pincéis, e cavaletes. Não só para os artistas convidados, bem como para quem quisesse pintar. Nesse local ficava a tenda eletrônica, com uma séries de computadores, com Internet para uso do público, e a central de captação de imagens, o local ficou leve e com uns burburinhos bem legais.

Nessa levada, tive o prazer de conhecer colegas, que só conhecia o trabalho: Graça Ramos, que deu o pique da jornada; Juraci Dória, que me impressionol muito pela leveza e elegância ;os jovens Venicius SA, Fael, Diego Lisboa (irmão e parceiro do Daniel Lisboa); além das boas conversas com o Willians Martins, vulgo Lili, meu muito querido amigo e com o Gaio Matos, que não se poupou e vindo da França, embarcou ainda com os fusos horários trocados, na ida por conta própria para Ilhéus. Vi ainda o Almandrade e o Flávio Lopes, que creio tiveram uma participação intensa nos grupos de trabalhos da conferência, como delegados.

E é claro houve o SURFACES, de Solange Farkas e Joãozito, em uma praça a beira mar, onde jantávamos. Inicialmente achei a estrutura baixa, com muita informação de imagens, e muito leiser, mas a experiência de entrar na esfera foi muito legal, tinha um cara fantástico tocando, o André Stangein ( não é exactamente assim o sobrenome, algo parecido, uma figura muito legal), e a sensação óptica foi bem bacana.

Na última noite teve festa a fantasia no Bataclãn, entrei rapidamente, mas acabei aceitando o convite do Vinicius e Gaio para ir para uma barraca em Olivença, onde havia uma moçada muito interessante e uma música tocada muito boa, depois de algumas cervejinhas, tirei uns fios dourados do bolso e me enrolei todo neles (os fios era pro caso de precisar usar fantasia, no bataçlan) e me acabei de dançar. Depois decidir ir embora andando ( uns 5 Km) e voltei as 4 da manhã fechando pela orla, muito doido e tudo em volta muito lindo. Às oito da manhã pegamos o Bus de volta.
Fiz essa pequena instalação, com elementos que estou desenvolvendo para o centenário da Carmen Miranda: Uma árvore de natal com sapatinhos plataforma e um vídeo, em fase de edição final chamado "Se papai Noel Fosse Egipcío".
Graça Ramos em ação. 'Tomada" por uma dinvidade ancestral japonesa, acho eu.

A leveza de Juraçi Dória.
Joaozito realizando sua pintura. Gostei muito do resultado final.


E Willians Martins em sua instalação interativa. Cartas e desenhos para os territórios de identidades.

Bem, até a próxima postagem quando vou mostrar o Instituto Sacatar,
onde estou em residência artística e as ações que o grupo ira desenvolver aqui na Ilha de Itaparica.


























































terça-feira, 26 de maio de 2009

The Big Bem- Uma História do Tempo: ações 2008/2009

2009:

-Residência artística no Instituto Sacatar, entre 26 de Outubro e 20 de Dezembro- Prêmio ganho na IX Bienal do Recôncavo.



-Projeto para o Centro Cultural em Movimento- Sertão Produtivo, em andamento- Curadoria Gean Blaise e Brigitte Hartl, Le Lieu Unique, Nantes- França.



2008/2009:



IX Bienal do Recôncavo, 2008/2009. Centro Cultural Dannemann,São Félix.

"Trilha para o expresso da maré das mais das mil tribos" - Instalação construída a partir do mapeamento do trecho de acesso à Cidade Baixa de Salvador através da Av. Contorno. Os paneis do "The Big Bem"( Ver postagens abaixo) servem como marcos para um cartograma desenhado sobre tapumes. Esses tapumes receberam fotografias dos marcos do Big Bem, em transparências iluminadas por trás. Na parte superior, 21 garrafas com água da Baía de Todos os Santos, também tiveram luz traseira, revelando fotografias da região metropolitana retratada. O piso com textura, reproduz uma faixa de pedestre. Sobre essa faixa, uma caixa contém uma tampa-besouro, por onde se vê uma caixinha com desenhos, fotos e escaravelhos. Vê se também na cabeça do besouro um vídeo sobre essa parte da Cidade Baixa. O trabalho foi dedicado ao centenário de Cartola, em ano (2008) regido por Ogum-Marte.





Eu, o abadepimentel, em performance na noite de abertura. Cruz Egípcia pintada com hidratante e pó de ouro.





Bruno Santos,




Israel Falcão, Williams Oliveira e Robeane Oliveira, assistentes do The Big Bem.




Carlinhos Lantyer, captação e edição de imagens para o The Big Bem.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

the Big Bem- série que criou o projeto- I

AÇÕES 2007/2008

Curadoria: Edward MacRae
Produção Cultural: Janete Catarino

LES ESCARAVELHOS...




SÃO ETERNOS...




1910- Matisse pinta “ A dança', Chagall, Nijinsky e Kandinsky já conhecem Paris. Nasce Pagú.


1909- O joven Marc Chagall pinta “Minha noiva de luvas pretas” e nasce Carmem Miranda.




1908-Nasce Cartola. Paul Klee que fez aulas na Von Stuck com Kandinsky, casa-se com a pianista Lili Strunpf.






the Big Bem- série que criou o projeto- II




1907- Picasso introduz os mistérios da arte africana na pintura Mademosseilles d´Avignon, nascem Frida Kahlo, Oscar Niemayer, D. Canô, D. Zuzu e Vô Abade.




2007- as sete pontas de frida kahlo.




1905 a 1910- Gaudí constrói “A Casa Milá, la Pedrera” e em 1907 nasce Oscar Niemayer.




1904 a 1907:Gustav Klimt pinta “A arvore da vida” em 1904, Dercy Conçalves nasce em 1905 e é registrada em 1907.




1906- Walter Benjamin faz 14 anos, Santos Dumont faz o vôo no 14 Bis e Modigliani Pinta Minha irmã. Antes em 1903 Kandinsky pinta “O cavaleiro azul” ( Der blauer Reiter).




the Big Bem- série que criou o projeto- III

1903 nasce Ary Barroso



1902- Nasce Carlos Drumond de Andrade e Graça Aranha publica “Canaã”.





1901- Os Buddenbrooks de Thomas Mann é lançado e nasce Cecília Meirelles. Santos Dumont faz o vôo numero 1.



1900- Morre Oscar Wilde em Paris e Nasce para a europa a americana isadora Duncan.







Depois dessa série sinalizando fatos entre 1900 e 1910, os escaravelhos explodiram em ladrilhos que foram assentados em uma trilha urbana. Esses ladrilhos foram pintados em oficinas com a assistência de Robeane Oliveira, Bruno Santos, Esrael Falcão e Willians Oliveira.







The Big Bem- Uma história do tempo- Da galeria a rua: trecho I

Exposição na Galeria do Conselho de Cultura, no Palácio da Aclamação, com pinturas sobre telas



e a instalação "Tri-Bahia", sobre o centenário de D. Zuzu ( do restaurante Aconchego da Zuzu no Garcia, que do alto dos seus 100 anos nos prestigiou em noite de abertura), D.Canô (matriarca dos Velloso) e do meu Avô Abade. Contou ainda com textos da urbanista Ana Carolina Bierrembach e do historiador ALberto Heráclito.



À partir da galeria, no Campo Grande, sinalizamos 7 trechos até a Estação Ferroviária da Calçada, com assentamentos de paíneis urbanos, realizados com ladrilhos pintados em oficinas com convidados.

Contorno, em frente ao Mam.


Ladeira da Conceição da Praia.




Big Bem- Uma História do Tempo- Na Rua: trecho II

Trapiche Quirino,


Trapiche Barnabé


Esquina de Santa luzia


The Big Bem- Uma História do Tempo- Na Rua: trecho III

Ladeira de Água Brusca


Espaço Jequitaia


E o Q. G. na Estação Ferrovíaria da Calçada, onde projetamos o vídeo sobre o projeto, realizamos oficinas e atendimento ao público.




domingo, 3 de maio de 2009

PESQUISA-AÇÃO EM ARTES VISUAIS PARA PREVENÇÃO AO ABUSO DE DROGAS













Projeto desenvolvido entre os anos de 2004 e 2005, por uma equipe que foi juntando-se a partir do trabalho do antropólogo Edward Macrae, do psiquiatra Luis Alberto Tavares, da psico-pedagoga Jane Cresus Monte, entre outros pesquisadores e terapeuta do Centro de Estudo e Terapia do Abuso de Drogas- CETAD/UFBa, que já realizavam atividades artísticas em um Espaço de Convivência na sede dessa instituição no Bairro do Canela.
O projeto contou com a produção cultural de Janete Catarino, em co-parceria com a Ong " Arte Em Toda Parte", recebeu patrocinio do MinC,-Ministério da Cultura e foi realizo no ano de 2006. Teve registro audiovisual de Flavio Lopes e oficinas de grafitte, fotográfia, teatro e a de artes visuais. Esta ultima oficina citada, foi por mim monitorada junto com Ana Rita Andrade, bibliotecária do CETAD e que já realizava no Espaço de Convivência atividade artistíca-literaria.
As oficinas eram oferecidas para os jovens em processo de tratamento terapêutico por estarem abusando do uso de drogas, com tensão maior no uso do Crack. A oficina de Artes Visuais realizou três mostras do processo prático com manipulação de técnicas artísticas como pintura, colagens, modelagens, maquete, planejamento de ações urbana, instalações, ordenamento de espaço cenográfico e incentivos textuais. Todo o processo foi construído no intuito de possibilitar a expressão visual, desses jovens frequentemente em estado alterado de percepção por uso de psicoativos, de proporcionar uma reflexão sobre o uso de tais substancia e as dificuldades sociais destes por serem usuários de drogas. Depois vou contar cada um dos três estágios que se tornaram mostras no ano de 2006:Não Quebre a Vaca; Caverna /Oca/Casa/Espaçonave; e a Cidade Psicoativa em um Bairro Verde. Hoje tenho nas mãos um panfleto que convoca para esse 3 de maio de 2009, as Marchas da Maconha, a serem realizadas em 13 cidades brasileiras e 200 cidades em todo o mundo. Viver em performance muitas vezes exige solidão.















terça-feira, 21 de abril de 2009

TRADIÇÃO POPULAR E CONTEMPORANEIDADE: VIVER EM PERFORMANCE

fotos abadepimentel

"BEIJOS PARA IEMANJÁ", nasceu em um laboratório de performance dirigido pela pesquisadora Bia Medeiros e sua assistente Cíntia da Universidade de Brasília, em 2005. O curso patrocinado, pelo Minc, teve ampla participação de performances baianos, como Tuti Minervino, Zemário, Carol Leite, Silverino Ojû, Larissa Ferreira, entre outros artistas com interesse nessa expressão artística efêmera e que exige a ação direta do artista.
No curso, Bia nos propôs trazer objetos que pudessem ser usados como elementos visuais no auxilio da criação da performance. Eu levei então espelhinhos ovais que foram da instalação "Banho', realizada por mim em 2003. No fundo desses espelhos colei papel branco, onde pedia que depois de passar um batom, os participantes carimbassem um beijo e assinassem . Com esses espelhos eu faria uma oferenda para Iemanjá, que tem festa de grande repercussão na cidade de Salvador, no dia 2 de Fevereiro.
Nesse laboratório, os espelhos, antes de receberem o Beijo para Iemanjá, ganharam as bocas dos participantes, como um adorno indígena-hi-tech, criando seres estranhos com reflexo labial. Fomos da Escola de Belas artes, no bairro do Canela, até o Campo Grande, praça próxima à escola de arte que nos sediava. Com espelhos na boca e pedras na mão, outro elemento selecionado nos exercícios na escola, ganhamos as ruas do centro provocando reações variadas nos transeuntes. Tenho um registro do participante Goethe dessa ação de rua.
De volta à escola recolhi os beijos como havia pensado, fiz mais coletas de beijos no espaço Lumas, no Rio Vermelho. Na festa de Iemanjá fiz a entrega em um balaio para a rainha do mar.
Em 2006, no evento multi-mídia Pirambeira, organizado por Marconde Dourado e a cantora Mariella Santiago, criei um espaço na Zauber, local do evento, com um altar para as águas, onde executei recolhimento de mais beijos sobre uma imagem de Iemanjá colada no verso do espelho, que foram entregues, ao mar, em um novo balaio. Participaram dessa ação a cantora Fao Miranda e o Marcondes Dourado que registrava nossas performances, na festa de 2007.
Em 2008, estava no Rio de Janeiro no dia 2 de fevereiro e fiz uma pequena oferenda em Copacabana. Em 2009, organizei um novo balaio que vocês podem ver nas fotos iniciais dessa postagem. Beijos para Iemanjá tornou minha ação imaterial, de agregar energias coletivas para ter as graças da mãe do Atlântico para nossa constelação contemporânea.









fotos Bia medeiros

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Da Galeria para a Rua- parte I: Performances

Cama de Rua- viés do tempo, performance criada para o I Festival da Livre Expressão Sexual, em 2003. O festival reuniu vários eventos na Biblioteca Central dos Barris, trouxe a Salvador o Festival Mix Brasil, intelectuais e agentes sociais ligados à pesquisa sobre a diversidade de gênero e sexual. Esses festivais organizados por intelectuais como Osvaldo Fernandez, Roaleno Costa, Edward MacRea e ricardo Lippy, teve ações em artes visuais com Curadoria de Alberto Heráclito, realizadas em territórios LGBT do Centro da Cidade.

Minha apresentação estava programada para o Beco das Torres Gêmeas, ou Beco da Lama, uma travessa que faz esquina com a Rua Carlos Gomes. Houve na rua a apresentação do Ayrson Heráclito intitulada "Trago Amargo": uma série de slides que denunciavam violências à homossexuais e um vídeo do Danilo Barata, onde familiares e amigos do artista deixavam ser filmados em nu frontal, lateral e de costa, incluindo nessas imagens a mãe do artista. Esses dois trabalhos eram projetados em edifícios dessa esquina.
O que foi suficiente para atrair a Polícia e tornar o evento um campo de protesto contra a repressão sexual. Quando chego Para minha apresentação, que foi construída como um roupa a ser remontada como uma cama de rua, encontro a cena com a polícia e faço um protesto lascando tudo que trago no corpo e clamando pela proteção de Flávio de Carvalho e Hélio Oiticica. O Flávio Lopes possui registros dessa noite.

As fotos disponibilizadas aqui são do II festival em 2004. Depois da noite fervida do I festival, desenvolvi a exposição "Cama, Mesa e banho", que me deu Prêmio Braskem em 2003. Quando volto para essa apresentação, no mesmo lugar da primeira, na esquina da rua Carlos Gomes, a performance foi enriquecida com elementos da instalação Cama (Ver Postagem abaixo) . Trata-se de um uma saia que na verdade é um mosquiteiro, onde arrumo colcha e travesseiros. Com uma série de bonequinhos para atos de feitiçaria realizo uma balada amorosa, unindo e separando destinos em encontros eróticos, como um deus travesso ao som de Smetak.

Tenho registro em vídeo do Marconde Dourado, dessa apresentações e de uma outra, realizada na Praça 2 de Julho, para um outro Festival de Arte desse Bairro, realizado em 2006. Fiz ainda para a exposição "Cidades Paralelas", na Galeria do Solar Ferrão, em 2007, uma montagem com esse processo.



fotos: Roberto de Souza