quinta-feira, 16 de abril de 2009

Da Galeria para a Rua- parte I: Performances

Cama de Rua- viés do tempo, performance criada para o I Festival da Livre Expressão Sexual, em 2003. O festival reuniu vários eventos na Biblioteca Central dos Barris, trouxe a Salvador o Festival Mix Brasil, intelectuais e agentes sociais ligados à pesquisa sobre a diversidade de gênero e sexual. Esses festivais organizados por intelectuais como Osvaldo Fernandez, Roaleno Costa, Edward MacRea e ricardo Lippy, teve ações em artes visuais com Curadoria de Alberto Heráclito, realizadas em territórios LGBT do Centro da Cidade.

Minha apresentação estava programada para o Beco das Torres Gêmeas, ou Beco da Lama, uma travessa que faz esquina com a Rua Carlos Gomes. Houve na rua a apresentação do Ayrson Heráclito intitulada "Trago Amargo": uma série de slides que denunciavam violências à homossexuais e um vídeo do Danilo Barata, onde familiares e amigos do artista deixavam ser filmados em nu frontal, lateral e de costa, incluindo nessas imagens a mãe do artista. Esses dois trabalhos eram projetados em edifícios dessa esquina.
O que foi suficiente para atrair a Polícia e tornar o evento um campo de protesto contra a repressão sexual. Quando chego Para minha apresentação, que foi construída como um roupa a ser remontada como uma cama de rua, encontro a cena com a polícia e faço um protesto lascando tudo que trago no corpo e clamando pela proteção de Flávio de Carvalho e Hélio Oiticica. O Flávio Lopes possui registros dessa noite.

As fotos disponibilizadas aqui são do II festival em 2004. Depois da noite fervida do I festival, desenvolvi a exposição "Cama, Mesa e banho", que me deu Prêmio Braskem em 2003. Quando volto para essa apresentação, no mesmo lugar da primeira, na esquina da rua Carlos Gomes, a performance foi enriquecida com elementos da instalação Cama (Ver Postagem abaixo) . Trata-se de um uma saia que na verdade é um mosquiteiro, onde arrumo colcha e travesseiros. Com uma série de bonequinhos para atos de feitiçaria realizo uma balada amorosa, unindo e separando destinos em encontros eróticos, como um deus travesso ao som de Smetak.

Tenho registro em vídeo do Marconde Dourado, dessa apresentações e de uma outra, realizada na Praça 2 de Julho, para um outro Festival de Arte desse Bairro, realizado em 2006. Fiz ainda para a exposição "Cidades Paralelas", na Galeria do Solar Ferrão, em 2007, uma montagem com esse processo.



fotos: Roberto de Souza



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